Aos 72 anos, Expedito Pereira Torres, morador de Araguaína (TO), resumiu em poucas palavras a gratidão pela iniciativa do Tribunal de Justiça do Estado do Tocantins (TJTO) de destinar resíduos para a cooperativa de recicláveis da qual é membro na cidade: “A ação é louvável. Nós somos agradecidos por esta iniciativa de vocês, que vai contribuir muito conosco, já que temos muitas dificuldades para nos mantermos e estruturarmos. Enfrentamos dificuldades imensas. A mão de vocês veio para nos ajudar”.
Sua declaração foi dirigida à desembargadora Ângela Prudente no final da tarde desta segunda-feira (114), quando ela e o juiz Fabiano Ribeiro, diretor do Foro da cidade, e membros do TJTO visitaram a Associação Movimento Ecológico Amigos do Meio Ambiente (Ameama), que receberá os materiais da coletiva promovida pelo Judiciário tocantinense.
Trabalho árduo e imprescindível
Expedito Pereira Torres, um dos pioneiros na coleta de materiais recicláveis do município, recebeu a comitiva do TJTO ao lado de outros membros da Ameama. Durante o encontro, discutiram propostas de melhorias, reivindicações para estruturar a atividade e detalharam o trabalho desenvolvido pela entidade.
Na oportunidade, a desembargadora Ângela Prudente, presidente da Comissão Gestora do PLS/PJTO, falou dos objetivos do tribunal em apoio à Ameama. “Vamos destinar os resíduos que serão coletados pelos servidores, magistrados e demais interessados engajados na proposta para a associação. Ofereceremos o material para vocês trabalharem”, disse. “É a nossa forma de valorizar e incluir vocês, os catadores, por meio de associações e cooperativas, no projeto. O trabalho de vocês é árduo e imprescindível. Nada mais justo contribuirmos desta forma.”
O juiz Fabiano Ribeiro, diretor do fórum de Araguaína, detalhou o trabalho realizado pela comarca em benefício do sistema de coleta seletiva. “Estaremos desenvolvendo este trabalho com o intuito de atuar nos aspectos ambiental, social e econômico.”
A Ameama
Atualmente, cerca de 130 pessoas vivem da atividade e integram a associação, que recolhe mensalmente 1,5 tonelada de produtos. Uma das reivindicações atuais é a concentração de um ponto de coleta na cidade. O galpão, que fica no Setor Céu Azul, em Araguaína, está desativado. Questões burocráticas atualmente inviabilizam o trabalho, informa o diretor da Ameama, Paulo Simão de Oliveira. “Precisamos hoje de um local para centralizar as atividades”, citou.
A Ameama foi selecionada pelo TJTO para ser parceira do projeto da Coleta Seletiva Solidária. Segundo o diretor, até antes da pandemia, a Ameama vendia mensalmente entre 20 e 30 toneladas de materiais, o que corresponde a R$ 16 mil mensais. Para ele, o projeto do Judiciário do Tocantins é “importante ganho social, econômico e ambiental”.