O posicionamento recente da SBEM, através do Departamento de Endocrinologia Feminina, Andrologia e Transgeneridade (DEFAT), sobre o uso (e abuso) de implantes de gestrinona no Brasil gerou uma grande repercussão na imprensa nacional e ganhou destaque e apoio de órgãos importantes da área de saúde, como a AMB, a Associação Médica Brasileira. O documento foi divulgado, pela primeira vez, durante a realização do CAEFA, Curso Avançado de Endocrinologia Feminina e Andrologia, promovido pela SBEM.
Para o presidente do DEFAT, Dr. Alexandre Hohl, a ideia da SBEM se posicionar começou devido à demanda dos próprios associados. “Os endocrinologistas perceberam um grande volume de pacientes chegando em seus consultórios com efeitos adversos desses implantes, o que fez com que nós pesquisássemos sobre as evidências científicas deste tipo de tratamento”, conta.
Segundo o posicionamento, o implante de gestrinona, conhecido popularmente como o “chip da beleza”, não é uma opção terapêutica reconhecida e recomendada pelas principais entidades do mundo, entre elas a Endocrine Society (Sociedade de Endocrinologia Americana), pela North American Menopause Society (Sociedade Americana de Menopausa – NAMS) e pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).
Além dos órgãos oficiais, o assunto foi bastante discutido na imprensa nacional, sendo destaque em veículos de comunicação importantes como as rádios CBN e Jovem Pan, a revista Veja, os jornais O Globo e Correio Braziliense, além de portais de notícias como o UOL e o IG. No total foram mais de 35 inserções na mídia nacional.
Apesar de muito positivo, Dr. Alexandre considera que o impacto está dentro do esperado. “Já houve um reconhecimento de nossa parte de que este implante hormonal era um problema de saúde pública” explica. “Muitos dos jornalistas que conversei afirmaram que conheciam alguém que fazia o uso de implantes de gestrinona, a maioria com fins estéticos, sem qualquer indicação e de forma incorreta”, comenta.
O documento foi encaminhado à ANVISA para que medidas sejam adotadas para incluir a gestrinona na lista C5 e aumentar a fiscalização do seu uso inadequado e não aprovado através de implantes hormonais e, segundo Dr. Alexandre Hohl, a grande repercussão do assunto já gerou impactos na primeira reunião sobre o tema junto à ANVISA. “A Agência, de maneira muito gentil, nos chamou para uma reunião e se mostrou sensibilizada em relação a este problema, o que pode significar o primeiro passo para uma regulamentação e fiscalização sobre o uso deste hormônio no país”, finaliza. Por Jornalismo Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM