O filme "A Flor de Buriti", dirigido pela brasileira Renée Nader Messora e pelo português João Salaviza Messora, foi premiado no Festival de Cannes, na França, com o prêmio de melhor equipe na mostra “Um Certo Olhar”, retratando a luta pela terra e a resistência da comunidade da aldeia Pedra Branca, localizada na Terra Indígena Krahô, no Estado do Tocantins, Brasil. O elenco é composto pelos atores Ilda Patpro Krahô, Francisco Hyjnõ Krahô, Luzia Cruwakwyj Krahô e Débora Sodré.
A diretora explicou que o filme aborda a relação dos Krahô com a terra e como essa relação é construída ao longo do tempo pela comunidade. O roteiro foi desenvolvido de forma aberta, permitindo que os atores criassem as cenas a partir desse tema central. A produção busca explorar a memória, os mitos e a história da comunidade Krahô. “A gente não trabalha com o roteiro fechado. A questão da terra é a espinha dorsal do filme. Propusemos aos atores trabalhar a partir desse eixo, criar um filme que pudesse viajar pelos tempos, pela memória, pelos mitos, mas que, ao mesmo tempo, fosse uma construção em aberto que faríamos enquanto fossemos filmando.” Disse a diretora.
O Tocantins é um estado brasileiro com uma rica diversidade cultural, influenciada pela presença de diferentes povos indígenas e etnias. O ambiente natural e a riqueza cultural da região tornam o estado propício para produções cinematográficas. Além disso, o Tocantins possui uma identidade cultural fortalecida, que se manifesta na música, dança, vocabulário, culinária e nas histórias e mitos locais.
O secretário da Cultura do Tocantins, Tião Pinheiro, destacou que os povos indígenas brasileiros têm uma história de resistência e que no Tocantins essa resistência se reflete na força e na riqueza cultural do povo Krahô. A visibilidade conquistada pelo filme no Festival de Cannes é considerada um marco histórico para o estado. "A Flor de Buriti" será lançado nos cinemas brasileiros em 2024
