ANJO DA NOITE

Anjo da noite o novo álbum do cantor, compositor e violeiro caipira Claudivan Santiago está disponível nas principais plataformas de streaming.

Artista premiado nacionalmente como melhor CD instrumental em 2013, com cinco discos autorais gravados, feeat com artistas de renome, como Sérgio Reis, Claudivan Santiago chega ao seu sexto trabalho musical como referência da moderna viola caipira brasileira e presença requisitada no cenário musical brasiliense.

Dono do seu próprio estúdio começou a selecionar repertório e a gravar as músicas, sem nenhuma pressa. E assim, gravou 10 canções inéditas. Destas, pelo menos três foram compostas no auge da pandemia: Uma viagem bonita, que relata uma viagem imaginária do próprio violeiro pelo país; Calmaria, onde ele faz uma profunda reflexão acerca das tristezas e deformidades sociais desses novos tempos; e, ainda, Amor de pai, uma guarânia lenta e calma que mostra um filho angustiado clamando por socorro.

Completam o álbum as românticas Águas de solidão, No colo da paixão, Flecha rara e Menina do sertão; Alma brasileira, um grito de esperança pelo Brasil; e Simplicidade, esta última uma parceria inédita do violeiro com o cantor e compositor César Alencar, outro tocantinense também radicado em Brasília.

A inspiração

O violeiro revela que a ideia inicial era de que o disco se chamasse Simplicidade, nome da música feita com o amigo César Alencar. No entanto, Anjo da noite – uma canção que, segundo ele, lhe provoca arrepios -, acabou roubando a cena. “Anjo da noite é uma música que se impôs desde o início. Parece que estava escrito que ela apareceria neste exato momento da minha vida, que ela deveria existir. A princípio eu não queria cantá-la, e muito menos gravá-la. É uma música que surgiu do nada, não foi pensada, nem projetada. Achei a melodia interessante, bonita, e fui criando uns arranjos, fui gravando…e a música ficou pronta ainda em 2022”, diz.

O sonho que virou música

Segundo Claudivan Santiago, tudo começou quando ele tinha por volta de sete anos de idade e morava na roça com seus avós paternos Mané Preto e Mariquinha (seus pais de criação), no norte do Tocantins. Uma figura nada amigável e aparentemente vinda de outro mundo começou a aparecer em seus sonhos, noite após noite. Assustado e impactado com aquilo, ele contou a história para sua avó, que, por sua vez, passou a lhe ensinar a Oração do Pai Nosso como forma de por um fim naquele pesadelo.

“A mãezinha simplesmente me fazia repetir o Pai Nosso toda noite antes de dormir, até que eu decorasse tudo. E ela me recomendou que a partir daquele dia nunca mais eu fosse dormir ou levantar sem rezar o Pai Nosso. Isso me foi encomendado por ela e eu pratico até hoje”, relata o violeiro.

Porém, ao contrário do que previu Dona Mariquinha, o “anjo” nunca se foi, e o sonho continua se repetindo até hoje na vida do violeiro, de formas diversas, mas sempre com a mesma essência aterrorizante, uma experiência sobrenatural que ele diz não compreender, mas que acabou se transformando em música. “Não há o que explicar. É só ouvir!, resume o artista.