"ARTESÃOS DAS ÁGUAS" - REVELA A VIDA E OS DESAFIOS DOS PESCADORES ARTESANAIS DO TOCANTINS

DOCUDRAMA "Artesãos das Águas" - Gravado com personagens reais, percorre as cidades de Palmas, Lajeado e Porto Nacional é um olhar respeitoso, lírico e profundo sobre um Brasil pouco visualizado.

O curta-metragem “Artesões das Águas – Pescadores Artesanais do Tocantins”, com roteiro e direção de Antônio Souza, oferece um retrato sensível e autêntico das comunidades ribeirinhas de Palmas, Lajeado e Porto Nacional. A produção mergulha nas memórias, nos rituais e nas estratégias de resistência dos pescadores artesanais que vivem e sobrevivem em estreita relação com o rio Tocantins e o lago de Palmas.

Realizado com recursos do Edital de Chamamento Público nº 014/2023/FCP – Lei Paulo Gustavo, da Fundação Cultural de Palmas, o projeto valoriza saberes tradicionais e lança luz sobre a força cultural e social dessas populações, muitas vezes invisibilizadas pelas narrativas oficiais.

O filme, que mistura documentário e dramatização, percorre as cidades de Palmas, Lajeado e Porto Nacional, acompanhando personagens reais que relatam suas vivências, técnicas de pesca, relações com o rio e o lago e reflexões sobre um modo de vida ameaçado pela modernização, pela escassez de peixes e pelas mudanças ambientais.

Além dos relatos tocantes, Artesãos das Águas aposta em cenas simuladas com forte apelo visual e dramático, representando situações de perigo, fartura, confrontos com a fiscalização e episódios de solidariedade e herança familiar. O resultado é um filme profundamente humano, poético e revelador, que rompe com estereótipos e dá voz a um saber ancestral em risco de Esquecimento.

“Não é apenas um filme sobre pesca. É sobre pertencimento, identidade e sobrevivência cultural”, afirma Antônio Souza.

A obra também conta com a participação de autoridades ambientais, como biólogos do Instituto Natureza do Tocantins - NATURATINS e da Universidade Federal do Tocantins (UFT), representantes da Polícia Ambiental, que contribuem com informações valiosas sobre as leis de proteção da fauna aquática, áreas de pesca proibidas e os riscos que cercam as regiões próximas à hidrelétrica local. Participam ainda um advogado especializado na defesa dos direitos dos pescadores, secretários de pesca, presidentes de Colônias de Pescadores e, principalmente, os protagonistas desta história: os próprios pescadores — verdadeiros artesãos das águas.

Um trabalho que, ao mesmo tempo em que finca raízes em sua origem, traça uma ponte sensível com São Paulo, em especial com a cidade de Atibaia. Essa conexão se manifesta pela sincronização da música “Rumo ao Mar”, cuja melodia conduz o filme como um fio invisível de sentidos e atmosferas. A canção, gentilmente cedida pela Passo Firme Produções Artísticas e Edições Musicais Ltda., tem autoria e interpretação de Aniela Rovani e Rafael Cardoso, artistas que imprimem em sua arte o sopro de paisagens interiores e trajetórias compartilhadas. Assim, som e imagem se entrelaçam, evocando memórias, deslocamentos e pertencimentos.

Destaques do Filme:

Depoimentos reais e emocionantes de pescadores de diversas gerações, com histórias de infância, fé e superação. Cenas encenadas cuidadosamente produzidas, que ampliam o impacto das memórias narradas. Reflexões ambientais e educativas sobre a pesca predatória, extinção de espécies e segurança nos rios. Participação feminina significativa, mostrando o papel das mulheres na pesca e na manutenção da cultura ribeirinha.