EMOÇÃO, FÉ, AMOR, ESPERANÇA E AMIZADE DO POVO PARAENSE

Conta a lenda que o caboclo Plácido, encontrou a imagem original em um igarapé chamado Murucutu, levou para casa e no dia seguinte ela não estava lá. Retornando ao local onde havia encontrado, a imagem estava lá. Ele a conduziu novamente para casa por algumas vezes, mas ela sempre voltava para o mesmo lugar. O povo belemense resolve construir então uma pequena igreja no local, onde hoje é a Basílica e a imagem foi levada para a Capela do Palácio do Governo, onde era vigiada por escolta e mesmo assim, desaparecia e retornava ao local de origem, dando início a procissão e a devoção por Nossa Senhora. E emoção pode ser entendida no texto de Lourdes Souza Filho Wanderley

O Círio de Nazaré que ocorre no segundo domingo de outubro em Belém, capital Paraense, é a maior manifestação religiosa do mundo, costuma reunir em um único dia mais de 2 milhões de peregrinos.

Belém está em festa!!!

Existe algo diferente no ar...
Mais que cheiro de patchouli, tem um cheiro diferente!
É cheiro de maniçoba que depois de cozinhar por sete dias, está pronta.
Tem cheiro de pato no tucupi, de vatapá, de caruru, de arroz paraense, tem cheirinho de festa.
Tem gente brotando nas ruas, tem gente nova de olhos atentos percorrendo os espaços, em cada canto, cada passo eu vejo encanto.
As praças estão enfeitas, as ruas decoradas, as cascatas de luzes brilhando a piscar.
Tem um som diferente...
Mais que a revoada dos pássaros da praça tem sotaques, um emaranhado de vozes, risos de uma gente contente, que sorriem e abraçam o povo que chega.

Eu vi...

Eu vi na estrada os peregrinos do interior chegando, alguns caminhando por 5 dias, grupos de cores diferentes que determinavam o lugar de onde vinham.
Grupos grandes, pequenos, uns com bengala, passos lentos, outros ligeiros, ainda eretos.
Vi homens carregando imagens, casas, tijolos, livros, barcos, mulheres envoltas em mantos.
Vi um cadeirante veloz, ciclistas, vi pés descalços, enfaixados, vi sofrimento e dor, lágrimas e sorrisos, eu vi FÉ!
Eu vi tendas que alimentam os peregrinos, doam café, leite, que distribuem pão.
Vi comunidades carentes que se juntam e na madrugada acolhem e servem sopa.
Eu vi carros parados oferecendo água, eu vi gente que acolhe, que curam as feridas, massageiam corpos exaustos, amenizam a dor de quem passa
Eu vi o povo comemorando, carreatas chegando à Basílica, o povo correndo atrás de camisa pra carregar no peito a imagem da Nazinha.
Eu vi o lançamento do manto que envolve a Virgem que encanta pela beleza e brilho.
Vi o povo em festa, as casas enfeitadas, decoradas pra passagem da mãezinha.
Vi um povo alvoroçado, o trânsito atrapalhado e um sorriso nos rostos por onde passava.
Vi abraços, mãos levantadas, gritos de VIVA, chuva de pétalas de rosas, fogos que anunciam sua chegada.
Sábado é dia de transladação, a imagem peregrina sai do secular colégio Gentil e vai à Catedral da Sé. Domingo é Círio, ela vem da Sé a Basílica de Nazaré e fica em exposição no CAN Conjunto arquitetônico de Nazaré.
A imagem original encontrada por Plácido fica na Basílica, desce duas vezes ao ano do Glória e permanece na redoma, próxima aos fiéis no período da festa.
É tempo de agradecer, pedir e pagar, de renovação. Dia comemorar e confraternizar, de família reunida e mesa farta, de união.
Em outros lugares desejam Feliz Páscoa, Feliz Natal, Feliz Ano Novo, nós te desejamos FELIZ CÍRIO!