ESPÍRITOS VADIOS - FOGO NA FORNALHA

LIVRO - Em Espíritos Vadios - Fogo na Fornalha, de André Luiz Nakamura, o poder e a sobrevivência se confundem em meio ao caos político e criminal. Corrupção, vingança e alianças improváveis incendeiam os bastidores da Paraíba. O capanga se lembra da mensagem deixada em seu telefone: "Chantagens não têm fim. Dependendo da ameaça, não para nem depois da morte. Alcança até herdeiros que se importem. Acabem com esse gigolô do demônio. Joguem o corpo no mar, as piranhas de lá talvez gostem, como as daqui". Régis, mal olhando para a cozinha, vai caminhando em direção à porta dos fundos. Pressentia, e agora constata, a presença de mais dois homens mal-encarados, posicionados no quintal. Não há saída. (Espíritos Vadios - Fogo na Fornalha, p.19)

No livro Espíritos Vadios – Fogo na Fornalha, André Luiz Nakamura dá continuidade à saga que transforma a Paraíba em palco de uma guerra sem regras, onde a disputa por poder ultrapassa fronteiras da moralidade e da lei. A obra expõe os bastidores de uma engrenagem movida por traições, emboscadas e conspirações, com diálogos afiados e personagens que transitam entre o trágico e o cômico. 

Enquanto a polícia e o Ministério Público articulam a primeira grande ofensiva contra décadas de corrupção, empresários, políticos e facções criminosas se enfrentam em Campo das Brisas e região. Nesse cenário, onde aliados se transformam em inimigos em questão de horas, o leitor é conduzido por reviravoltas que revelam como a sobrevivência é um privilégio dos mais astutos. 

O capanga se lembra da mensagem deixada em seu telefone: ‘Chantagens não têm fim. Dependendo da ameaça, não para nem depois da morte. Alcança até herdeiros que se importem. Acabem com esse gigolô do demônio. Joguem o corpo no mar, as piranhas de lá talvez gostem, como as daqui’. Régis, mal olhando para a cozinha, vai caminhando em direção à porta dos fundos. Pressentia, e agora constata, a presença de mais dois homens mal-encarados, posicionados no quintal. Não há saída. (Espíritos Vadios – Fogo na Fornalha, p.19) 

A obra marca a sequência de Antros de Raposas, em que a morte de dois coronéis da região desencadeia o colapso de alianças e abre caminho para disputas sangrentas. Neste lançamento, as consequências do vácuo de poder se intensificam, aprofundando dramas pessoais e coletivos em uma narrativa que mistura ironia ácida, crítica social e suspense político. 

“Quero destacar os limites que todos somos capazes de atravessar, notadamente o da moralidade. Todos somos vilões e heróis em diversas intensidades, dependendo das circunstâncias. Transitamos nessa fronteira sinuosa e incerta, de um lado para outro, às vezes sem nem se dar conta”, afirma André Luiz Nakamura. 

Com ritmo ágil e atmosfera incendiária, Espíritos Vadios – Fogo na Fornalha reafirma o estilo provocador de Nakamura: uma literatura que não oferece respo