O Museu Judaico de São Paulo anuncia a programação completa da terceira edição do FliMUJ - Festival Literário do Museu Judaico de São Paulo. Este ano, o Festival será realizado de 18 a 21 de setembro, e tem como curador Daniel Douek, cientista social, mestre em Letras pelo programa de Estudos Judaicos e Árabes da USP e doutorando em Letras na área de Estudos Literários e Culturais na mesma instituição.
Com o tema “Como reparar o mundo?”, o Festival convida o público a imaginar novas formas de existir individual e coletivamente, em meio à confluência de crises - ambientais, econômicas, políticas, psíquicas, sociais - e sua escala global.
A pergunta é inspirada no conceito da tradição judaica Tikun Olam, que, em sua essência, significa "reparar o mundo". Na prática contemporânea, esse conceito é lembrado na defesa de valores como os de justiça social, de modo a afirmar o compromisso dos indivíduos uns com os outros e com os lugares à sua volta.
Segundo Douek, “a força dessa ideia, que se entrelaça com ideais de outros povos, encontra-se no fato de que não se trata de regressar a um passado mais ou menos idealizado e, sim, de participar da invenção de uma realidade que jamais foi vivida”.
Entre os convidados internacionais estão o ativista israelense Gershon Baskin, conhecido por conduzir a negociação secreta entre o governo de Israel e o Hamas na troca do soldado israelense Gilad Shalit por 1.027 prisioneiros palestinos, em 2011; a escritora argentina Ariana Harwicz, que lança o livro “Perder o juízo” em português; e a escritora Olga Grjasnowa, nascida no Azerbaijão, radicada em Viena e autora do best-seller City Of Jasmin, que se passa na Síria, em meio à Primavera Árabe.
Em diálogo sobre igualdade e busca pela liberdade em sociedades nascidas pelo sonho socialista, também fazem parte da programação os autores Avraham Milgram, de Israel, e Leonardo Padura, de Cuba, que vem ao Brasil a convite do Clube de Leitura CCBB Rio 2024.
Outra presença internacional confirmada é Courtney Henning Novak, influenciadora norte americana que viralizou ao comentar livros de Machado de Assis e Clarice Lispector nas redes sociais, sendo responsável por levá-los ao topo das vendas nos Estados Unidos.
Carla Madeira, escritora belo-horizontina autora do best-seller Tudo é Rio, e Ilko Minev, escritor búlgaro radicado em Manaus, autor do best-seller Nas pegadas da Alemoa são destaques na lista de autores do Brasil. A atriz Ilana Kaplan, criadora do bordão “é de bom tom?”, e o ator Marcelo Laham, que marcou o período da pandemia com esquetes onde aparecia em casa de pijama abordam com muita leveza o papel do humor em tempos difíceis. Já a psicanalista negra Isildinha Baptista Nogueira e a psicóloga judia Lia Vainer Schucman conversam sobre como o racismo e o antissemitismo penetram na subjetividade das pessoas. A lista de autores continua com os brasileiros Antonio Prata, Daniel Galera, Fernanda Mena, João Paulo Charleaux, Ligia Gonçalves Diniz, Pedro Pacífico e Vladimir Safatle.
Humor judaico, relações humanas, identidades e a guerra em Gaza serão alguns dos temas abordados nas 10 mesas que serão norteadas também por perguntas.