Liège Gautério 51 anos e sua trajetória que poderia virar um filme. Com só um pulmão, ela foi a primeira atleta brasileira nos jogos mundiais de transplantados, bicampeã mundial nos 100 metros rasos, em 2015 na Argentina e em 2017 na Espanha. Medalha de bronze nos 100 metros rasos, em 2019 na Inglaterra. 2023 Primeira transplantada a participar da competição Copa dos Campeões da IFBB-RS [Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness], ficou em segundo lugar na categoria Bikini, transplantada, venceu um câncer de mama e fundou o Se Mexe TX criado em 2020, projeto que incentiva quem esta na fila de espera e transplantados a se exercitarem e dá visibilidade a doação de órgãos.
Para CCMNC ela disse: “Me chamo Liège Gautério e fui diagnosticada com fibrose pulmonar. Entrei em lista para transplante pulmonar, pois fiquei muito debilitada e dependente de o2 24h.
Transplantei em 2011 e me tornei atleta transplantada.
Sou bicampeã mundial nos 100m rasos para transplantados tendo apenas um pulmão em funcionamento e criei um projeto para incentivar pré e pós transplantados a se exercitarem e divulgarem a doação de órgãos.”
Existem dois tipos de doadores de órgãos
1 - O primeiro é o doador vivo: é a pessoa maior de idade e juridicamente capaz, saudável e que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. Um doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula ou parte dos pulmões, a compatibilidade sanguínea é necessária em todos os casos. Para doar órgão em vida, o médico deverá avaliar a história clínica do doador e as doenças prévias. Pela legislação, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. A doação de órgãos de pessoa vivas que não são parentes, só acontece mediante autorização judicial.
2. O segundo tipo é o doador falecido: é qualquer pessoa com diagnóstico de morte encefálica (vítimas de traumatismo craniano, ou AVC (derrame cerebral), anóxia, etc), ou com morte causada por parada cardiorrespiratória (parada cardíaca). O doador falecido pode doar órgãos como: rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino; e tecidos: córneas, válvulas, ossos, músculos, tendões, pele, cartilagem, medula óssea, sangue do cordão umbilical, veias e artérias. Para ser esse tipo de doador converse com sua família. Cada minuto conta após morte cerebral.
Qual o tempo de isquemia de cada órgão?
O tempo de isquemia é o período entre a interrupção de fluxo sanguíneo do doador para o órgão e o novo aporte de sangue após o implante no receptor (transplante), ou seja, é o tempo máximo que cada órgão resiste à falta de circulação e oxigenação sanguínea. A tabela abaixo demonstra o tempo de isquemia aceitável a ser considerado para transplante para cada órgão:
Tempo de isquemia - Coração: 04 horas - Pulmão: 04 a 06 horas - Rim: 48 horas - Fígado: 12 horas - Pâncreas: 12 horas - Intestino: 04 a 06 horas.
Doação de órgão de ente que partiu é esperança e renascimento em outra vida. Na maioria das vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para as pessoas doentes que precisam da doação de um órgão. Todos os anos, milhares de vidas são salvas por meio desse gesto.
Toda beleza e vitalidade de Liège capturada pelas lentes da fotógrafa Leticia Pfeiffer.
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