FEIJOADA JULHO DAS PRETAS KAREN LUZ: O SABOR DA RESISTÊNCIA TEM TEMPERO ESPECIAL

O Coletivo Julho das Pretas promoveu uma deliciosa feijoada beneficente em Araguaína, com o objetivo de angariar recursos para levar mulheres negras à 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, que acontecerá em Brasília.

Entre risadas, música e muita energia boa, o encontro se transformou em um verdadeiro momento de união e resistência. Cada prato servido representou mais do que uma refeição — foi um gesto de apoio à luta por reparação, equidade e bem viver.

Dez anos após a primeira marcha, realizada por mais de 100 mil mulheres em 2015, com a presença de 225 mulheres tocantinenses, o movimento retorna ainda mais forte, reafirmando o compromisso de lutar por uma sociedade livre das desigualdades de gênero, raça, classe e sexualidades. Se orgulhando do legado dos antepassados e projetando um futuro onde a Reparação e o Bem Viver sejam realidade para todas, todos e todes.

As vozes das mulheres negras do Tocantins ganham novamente o centro da história. Representantes do Coletivo Julho das Pretas de Araguaína integrarão a delegação tocantinense que participará da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras (MNMN), que acontecerá na terça-feira, 25 de novembro de 2025, em Brasília, sob o tema “Mulheres Negras em Marcha por Reparação e Bem Viver”.

O “Bem Viver”, nesta edição, simboliza o sonho coletivo de uma vida com dignidade, respeito, sustentabilidade e direitos garantidos. Parafraseando Angela Davis, “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela.”

No Tocantins, as articulações começaram ainda em março, com o Comitê Impulsor Estadual, do qual faz parte o Coletivo Julho das Pretas Karen Luz, fortalecendo o protagonismo e a união das mulheres negras em todo o Estado.

No registro, retratos da última ação do coletivo Julho das Pretas Karen Luz, feijoada em prol de angariar recursos para participação tocantinense na 2ª MNMN

.Cicomunica explica:  

Símbolo da culinária brasileira, a feijoada nasceu da mistura de culturas, resistência e criatividade. Durante o período da escravidão, os negros africanos, aproveitavam o que era descartado nas senzalas — como orelhas, pés e rabos de porco — e cozinhavam tudo com feijão preto, criando um prato saboroso, nutritivo e coletivo.

A feijoada que nasceu na senzala atravessou gerações e fronteiras, chegando às mesas de todas as classes sociais, sem perder seu significado ancestral: a força da partilha e da união.